segunda-feira, 21 de junho de 2010

Homenagem a José Saramago (1922 - 2010)


José Saramago - Cadernos de Lanzarote .

Fica desde já registado no livro magistral o presente decreto para que se cumpra e faça cumprir com particular acento a última sentença. Promulgue-se e privatize-se.

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148

terça-feira, 15 de junho de 2010

II BIENAL de PENELA 2010




Santiagu obteve o 1º Prémio na II Bienal Internacional de Humor Luís d’Oliveira Guimarães – Penela 2010


É a vida que inspira os caricaturistas / cartoonistas, exagerando os seus esgares, desmascarando as hipocrisias, dramatizando o quotidiano. Nas mascaras, nos exageros, o humorismo e o teatro são irmãos na desconstrução da realidade, e por esse universo navegou Luís d’Oliveira Guimarães, tanto como cidadão, ou como criador.
Como dramaturgo colaborou na escrita de cerca de uma trintena de Revistas, Farsas, Teatro Infantil… e como crítico teatral publicou milhares de criticas, crónicas, entrevistas. Luís d’Oliveira Guimarães é um homem do Teatro, sendo por isso natural que este ano o tema da Bienal que o Concelho de Penela (e Freguesia do Espinhal em colaboração com a família Oliveira Guimarães) organizam, seja o Teatro em toda a sua dimensão dramática, lírica, musical, balética, assim como na representação do quotidiano trágico-cómico.
Sendo o humor um jogo de códigos culturais, de conhecimentos, de tradições e de diferentes formas de pensar a vida, é interessante observar as diversas maneiras de humorizar o teatro, pelas visões diferenciadas de 133 artistas de 43 países. Mas, o planeta é uma aldeia global e, como tal, é mais a comunhão de ideias do que a diversidade, razão pela qual se vê que Shakespeare é na realidade o símbolo universal do teatro, já que em 297 trabalhos, dez por cento lhe são dedicados. O segundo tema, ou preocupação mais dominante, é a crise das plateias, o esvaziamento das salas.
A terceira temática dominante desta mostra é o “Ponto”, figura teatral que está em vias de extinção a nível mundial. Depois, há um pouco de tudo em que são os desenhos que falam por si.
Das 297 foram seleccionadas duas centenas de obras para a exposição na Biblioteca Municipal de Penela inaugurada a 5 de Junho, ficando patente ao público até 20 de Junho. Seguidamente será transferida para o Museu Nacional do Teatro em Lisboa, onde o público poderá desfrutar destas obras até ao inicio do mês de Setembro. É mais uma produção Humorgrafe.

Osvaldo Macedo de Sousa


Foto 1
Agim Sulaj (3º Prémio), Osvaldo Macedo de Sousa (Director Artistico e Produtor da Bienal) e Santiagu (1º Prémio) sob a sombra do protector Luis d'Oliveira Guimarães

Foto 2
Santigu e Agim Sulaj junto ao seus trabalhos premiado na Galeria de arte da Biblioteca Municipal de Penela onde está patente ao público a II Bienal de Humor até 16 de Julho